quarta-feira, 24 de julho de 2013

QUANDO SE PREOCUPAR COM O DESENVOLVIMENTO DA FALA E LINGUAGEM DE SEU FILHO.



Assim que a mamãe descobre que está grávida, sua vida muda e suas preocupações são outras, focando principalmente no seu filho, ficando atenta nas alterações desde a sua formação intra-uterina até o desenvolvimento motor, oral, fala e linguagem.
Inicialmente precisamos saber a diferença entre fala e linguagem, a fala é apenas a expressão verbal da linguagem, envolvendo a articulação dos sons para a produção de palavras.
A linguagem é muito mais do que falar, ela é mais ampla, é toda forma de expressão e recepção de informação. Consiste em compreender e ser compreendido seja pela forma verbal, não verbal e escrita.
Inicialmente, nenhum bebê consegue falar, então, sua ferramenta inicial para a comunicação se torna o choro, é a partir dele, que a mamãe distingue a necessidade de seu filho, seja por fome, frio, ou carinho, além disso, ocorre um entrosamento através da linguagem corporal, do toque, da voz, do sorriso e dos olhares, estimulando a criança para a comunicação.
Desde pequenos os bebês se interessam por tudo o que é novo, por isso, é importante o adulto ler livros com ilustrações grandes e coloridas, mudar a entonação da voz, cantarolar, conversar explicando de maneira simples todos os acontecimentos, mostrar e nomear objetos grandes, coloridos, mostrar temperaturas e texturas diferentes, apontar para as partes do corpo e exigir que repita (apontando e/ou falando).
O desenvolvimento da linguagem pode variar de criança pra criança, claro, cada um tem seu tempo para amadurecer e desenvolver, mas, a diferença não pode ser tão grande de uma idade pra outra.
·         0 a 6 semanas: Os sons são primitivos, o choro são diferenciados (fome, frio, sujo, carinho), assusta-se com facilidade e aquieta-se com o som da voz, principalmente a voz da mãe.
·         3 meses: Inicia-se o balbucio, vira-se para a fonte sonora, tem mais atenção aos objetos e fatos do ambiente.
·         6 meses: Faz vocalizações generalizadas (dudada), observa sua mão, reage a seu nome, responde à entonação da voz.
·         9 meses: Transfere um objeto de uma mão a outra, entende pedidos simples com dicas de gestos (dê Tchau, Não), tenta imitar sons.
·         12 meses: Entende muitas palavras familiares e ordem simples com gestos (Vem com o Papai), vocaliza quando manipula objetos, brinca de esconde- esconde, fala sílabas repetidamente (papa, mama, dada),
·         18 meses: Conhece algumas partes do corpo, procura e encontra objetos perdidos (tem que estar no seu alcance), brincadeira simbólica com miniaturas, reconhece seu nome (até então apenas reagia, agora ele reconhece), começa a combinar palavras (dá papa).
·         24 meses (2 anos): Tem vocabulário de cerca de 150 palavras, combinando de 2 a 3 palavras, escuta bem, discrimina vários sons, reconhece figuras, imita sons com mais precisão, responde Sim/Não.
·         30 meses (2 anos e meio): Entende os primeiros verbos, executa tarefa bem simples (coloque o carro grande na caixa)
·         36 meses (3 anos): Reconhece cores e suas frases são mais elaboradas.
·         48 meses (4 anos): compreende de 1.500 a 2.000 palavras, formula frases, faz perguntas, usa negação, fala de acontecimentos passados, aprende conceitos abstratos (liso, áspero, mole).

Quanto aos sons ideais para a idade:
·         Aos 4 anos: a criança adquire os sons do p; b; t; d; k; g; f; v; s; z; x; j; L e LH.
·         Até 5, 6 anos: a criança adquire os sons de R (Rato, Carro), r (pirata, careta), Gr consonantal  r , L (prato, branco, bloco, clube), arq s, r ( pasta, costas, porta, corte)

Vale lembrar que todas as crianças têm seu tempo ideal para amadurecer, portanto se a criança ainda não está no cronograma ideal não se preocupem, algumas dicas podem ajudar: primeiramente aguarde um pouco mais, muitas vezes a criança demora um pouquinho e isso é normal (caso não melhorar logo procure um fonoaudiólogo), fale diretamente com a criança, olhando em seus olhos e explicando qualquer dúvida que possa ter, não fale pela criança, deixe que ela possa responder em seu tempo e na sua maneira, respeitando sempre o desejo de falar.
Com relação aos hábitos orais, há uma atenção maior quando a mamadeira, chupeta, dedo influenciou na arcada dentaria, prejudicando o ponto articulatório da criança, então, haverá necessidade de outros profissionais para uso de aparelho e tratamento correto (por exemplo, a criança com mordida aberta pode não conseguir segurar sua língua dentro da boca, projetando-a para frente e alterando a pronuncia de determinados sons).

Caso a criança apresente mesmo algum tipo de alteração, procure um especialista a fim de esclarecer as dúvidas, recebendo orientação adequada e consciente que, quanto mais cedo corrigir, melhor é o desempenho principalmente na fase de alfabetização.

Fga. Renata Muniz
CRFa 15565