quarta-feira, 9 de novembro de 2011

DISLEXIA

Devido à falta de conhecimento sobre a definição do que é Dislexia, o mundo tem tantas informações, que confunde e desinforma. Além disso, a mídia no Brasil aborda este tema parcialmente ou incorretamente.
Muitas vezes nos deparamos com crianças que apresentam algumas dificuldades como, por exemplo: em aprender a ler, na Soletração, na Escrita, em Linguagem Expressiva ou Receptiva, em Razão e Cálculo Matemáticos, como na Linguagem Corporal e Social, porém são crianças saudáveis, inteligentes e com nível cultural adequado. A dislexia não é uma incapacidade e sim uma dificuldade a ser vencida, desta forma, é muito importante o diagnóstico precoce, a fim de amenizar problemas e dificuldades complexas no futuro.
Infelizmente, convivemos com o antigo conceito arcaico de que: “quem é bom, é bom em tudo”, ou seja, se há inteligência obrigatoriamente há habilidade em tudo o que faz, e isso nem sempre é verdade sendo necessária uma percepção peculiar e aplicação do bom senso.
OS SINTOMAS MAIS COMUNS NA PRIMEIRA INFÂNCIA:
1 - atraso no desenvolvimento motor desde a fase do engatinhar, sentar e andar;
2 - atraso ou deficiência na aquisição da fala, desde o balbucio á pronúncia de palavras;
3 - parece difícil para essa criança entender o que está ouvindo;
4 - distúrbios do sono;
5 - enurese noturna;
6 - suscetibilidade à alergias e à infecções;
7 - tendência à hiper ou a hipo-atividade motora;
8 - chora muito e parece inquieta ou agitada com muita freqüência;
9 - dificuldades para aprender a andar de triciclo;
10 - dificuldades de adaptação nos primeiros anos escolares.
A PARTIR DOS SETE ANOS
1-Apresentam duas características marcantes podendo ser extremamente lento, ou muito rápido e com erros na execução de seus deveres.
2-tem letra bonita, mas tem pobre compreensão do texto ou não lê o que escreve;
a fluência em leitura é inadequada para a idade;
3-inventa, acrescenta ou omite palavras ao ler e ao escrever;
4-só faz leitura silenciosa, mas só entende a leitura quando lê em voz alta;
5-sua letra pode ser mal grafada e, até, ininteligível; pode borrar ou ligar as palavras entre si;
6-esquece aquilo que aprende em poucas horas, dias ou semanas;
7-facilidade com exames orais;
8-mais  facilidade em escrever, do que falar aquilo que sabe;
9-tem grande imaginação e criatividade, mas se desliga facilmente;
10-tem dor de barriga na hora de ir para a escola e pode ter febre alta em dias de prova;
11-dificuldade na concentração de um só estimulo;
12-baixa auto-imagem e auto-estima; não gosta de ir para a escola;
13-perde-se facilmente no espaço e no tempo; sempre perde e esquece seus pertences;
14-bipolaridade, impulsivo a ponto de interromper os demais para falar;
15-não consegue falar se outra pessoa estiver falando ao mesmo tempo em que ele fala;
16-tem dificuldades visuais, embora um exame não revele problemas com seus olhos;
17-embora alguns sejam atletas, outros mal conseguem chutar, jogar ou apanhar uma bola;
 18-confunde direita-esquerda, em cima-em baixo; na frente-atrás;
19-é comum apresentar lateralidade cruzada;
20-dificuldade para ler as horas, para seqüências como dia, mês e estação do ano;
21-depende do uso dos dedos para contar, de truques e objetos para calcular;
22- boa memória longa, mas pobre memória imediata, curta e de médio prazo;
23-pode ter pobre memória visual, mas excelente memória e acuidade auditivas;
24-pensa através de imagem e sentimento, não com o som de palavras;
25-não tem atraso e dificuldades suficientes para que seja percebido e ajudado na escola;
26-pode estar sempre brincando, tentando ser aceito nem que seja como "palhaço" ;
27-tem pré-disposição à alergias e à doenças infecciosas;
28-tolerância muito alta ou muito baixa à dor;
29-forte senso de justiça;
30-dificuldades para andar de bicicleta, para abotoar, para amarrar o cordão dos sapatos;
31-manter o equilíbrio e exercícios físicos são extremamente difíceis para muitos disléxicos;
32-com muito barulho, o disléxico se sente confuso, desliga e age como se estivesse distraído;
33-cerca de 80% dos disléxicos têm dificuldades em soletração e em leitura.

Como a dificuldade de discriminação fonológica é acentuada, a alteração da pronuncia das palavras são freqüentes, resultado da falta de percepção dos sons das letras e das sílabas, porém essas crianças têm um alto nível de inteligência entendendo tudo o que lhe é dito, como é relatado pelas próprias mães, pois sua memória auditiva é excelente.

NA FASE ADULTA

Se a criança disléxica não tiver um acompanhamento adequado na fase escolar ou pré-escolar, quando for adulto, ainda apresentará dificuldade na escrita; memória imediata prejudicada; dificuldade na aprendizagem de uma segunda língua; disnomia (dificuldade em nomear objetos e pessoas); dificuldade com direita e esquerda; dificuldade em organização; problemas emocionais como depressão, ansiedade, baixa auto-estima e muitas vezes usam drogas e álcool.

O diagnóstico é feito por uma equipe multidisciplinar composto por psicólogos, fonoaudiólogos e psicopedagogos que realizam uma minuciosa investigação e constatam a necessidade do parecer de outros profissionais, como Neurologista, Oftalmologista e outros, conforme o caso.

Precisamos nos lembrar que descartamos as disfunções ou deficiências auditivas e visuais, lesões cerebrais e déficit intelectual.

Para conseguir um resultado excelente no tratamento da dislexia, há necessidade de trocas de experiências em relação aos procedimentos realizados entre o profissional, a escola e a família.

Um ponto de apoio para os portadores de dislexia, é a ABD – Associação Brasileira de Dislexia.
O que a ABD oferece?
- Orientação direcionada a cada caso.
-Atendimento a pais, familiares, escolas, profissionais clínicos, imprensa, órgãos públicos e toda a comunidade.
-Curso de Formação em Dislexia, dirigido a profissionais, que ocorre anualmente focando  a questão  multidisciplinar e abordando os seguintes temas: Evolução do ser humano, ----Avaliação, Diagnóstico e Acompanhamento pós-diagnóstico e Inclusão do Disléxico na escola num total de 84 horas/aulas.
-Simpósio Internacional – Dislexia, Cognição e Aprendizagem, a cada dois anos.
-Encontros com disléxicos e reunião com pais.
-Palestras em Escolas, Faculdades, Comunidades, Clínicas, etc.
-Palestras diversificadas conforme áreas de interesse.
-CAE - Centro de Avaliação e Encaminhamento.
-Diagnóstico multidisciplinar de Exclusão.
-Encaminhamento adequado a cada caso atendido.
-Biblioteca para consulta.
-Acesso a livros selecionados e materiais relacionados com distúrbios de aprendizagem.
-Desenvolvimento de pesquisas cientificas e estudos quanto à incidência e forma da dislexia no Brasil.

RENATA MUNIZ


Material de apoio
http://www.dislexia.com.br/

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL

Muitas pessoas não sabem o significado da palavra desordem do processamento auditivo central,  na maioria das vezes, os adultos acreditam  que está relacionado com perda auditiva, e isso não é verdade, uma desordem de processamento auditivo é resultado da falta de compreensão do que foi falado (o cérebro não consegue interpretar o que está sendo dito), mas não por falta de audição, em outras palavras, a criança escuta perfeitamente mas não compreende, basta lhe pedir para executar duas ou mais tarefas que esta criança pode se perder e na maioria das vezes não consegue realizar tal ordem, precisando sempre de ajuda.
Algumas das manifestações que a desordem do Processamento Auditivo Central apresenta são:
·                    Dificuldade de compreensão, as crianças não compreendem o que lê;
·                    Atraso de Linguagem;
·                    Problemas de produção de fala envolvendo os sons /r/ e /l/;
·                    Na escrita pode haver inversões ou trocas de letras;
·                    Problemas de orientação direita e esquerda (muitas vezes escrevem em espelho);
·                    Atenção ao som prejudicada;  
·                    Indivíduos distraídos, agitados, hiperativos ou muito quietos;
 Antes de realizar a avaliação do PAC, é necessária a realização da audiometria completa e recente (até 3 meses), na audiometria os níveis de audição apresenta normalidade  e teste vocal coerente, sem alteração.
O exame é totalmente indolor, depende da colaboração do paciente e é realizado dentro da cabina acústica com fones de ouvido. O paciente escutará as ordens verbais pelo fone de ouvido e irá executar a tarefa oralmente ou por gestos apontando para a figura ou palavra.
A criança deve ter 4 anos ou mais de idade, os critérios observados são: detecção e discriminação do som, reconhecimento, localização da fonte sonora e compreensão do som. Todos ligados às funções cerebrais, como: atenção e memória.

O que também pode acabar prejudicando o desenvolvimento normal do processamento auditivo pode ser :
 PERDA AUDITIVA nos primeiros anos de vida, em conseqüência a algum traumatismo craniano, ou uma doença adquirida logo na infância;
OTITES DE REPETIÇÃO, pois se o ouvido tem secreção a criança escuta mal e o cérebro tem dificuldade de processar, e mesmo quando fica sem a secreção do ouvido, o cérebro também tem tal dificuldade, por falta de estímulo;
ENXAQUECA e DISTÚRBIO DE SONO.
O tratamento fonoaudiológico da desordem do Processamento Auditivo Central varia de caso para caso, estimulando o que o Fonoaudiólogo julgar necessário como: consciência fonológica, leitura, memória seqüencial para sons verbais e não verbais e análise síntese.

RENATA MUNIZ

MATERIAIS DE APOIO:

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

SÍNDROME DE RETT

Síndrome de Rett?
A Síndrome de Rett (SR) é uma desordem neurológica de causa genética recentemente descoberta, envolvendo a mutações, geralmente esporádicas, do gene conhecido como MecP2. Com incidência de um caso para cada 10.000 a 15.000 meninas nascidas vivas, a SR, a priori, afeta apenas crianças do sexo feminino que, com nascimento e desenvolvimento aparentemente normais até os seis a 18 meses, começam a partir de então, a demonstrar os sinais clínicos da condição, que evolui em quatro estágios progressivos, mas não degenerativos.
  Quais são os sinais clínicos?
Os sinais clínicos são: estagnação do desenvolvimento, desaceleração do crescimento do perímetro cardíaco e do ganho ponderal, hipotomia, regressão de aquisições (fala ou marcha, por exemplo) já adquiridas, alterações comportamentais (choro intenso aparentemente desmotivado e crise de irritabilidades longas, auto agressão), desvios no contato social e na comunicação, isolamento (características ditas autísticas), perda gradual do uso prático das mãos e da linguagem, aparecimento de movimentos manuais estereotipados (sinal muito característico da SR), aparecimento de crises convulsivas (em 50% - 70% dos casos), alterações respiratórias importantes (apnéia, hiperventilação, perda de fôlego, aerofagia),
alterações de sono (insônia), bruxismo intenso, constipação intestinal.
 
es
Se a criança (do sexo feminino) passar de 18 meses, o que acontece com ela?
A partir do dez anos de idade, aproximadamente, embora os sintomas clínicos acima descritos tendam a melhorar, há lenta deterioração motora progressiva, resultando em escoliose grave, em distúrbios disfróticos e vasomotores e em atrofia muscular. Muitas das que ainda andam, podem perder a marcha nesta etapa da vida.
Em termos cognitivos, permanecem, ao que se sabe (mas será que se sabe?!), em estágio correspondente ao desenvolvimento intelectual dos 12 aos 24 meses. A linguagem está sempre ausente. 
Esta doença tem cura?
A SR é condição cuja cura ainda está fora do alcance dos cientistas de todo o mundo, apesar de inúmeras pesquisas que vêm sendo realizadas para o melhor entendimento da patologia. Recomenda-se, assim, intenso processo terapêutico, em bases diárias, envolvendo, especialmente Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Musicoterapia e Estimulação Pedagógica. Acompanhamentos periódicos por Médico Neurologista, Ortopedista, Pneumologista e, a partir da adolescência, Ginecologista são imprescindíveis. Todo arsenal terapêutico disponível servirá para prorrogar ao máximo as perdas e o aparecimento do estágio seguinte da doença, estimular as possibilidades cognitivas e, evidentemente, para melhorar a qualidade de vida da portadora de SR e de sua família.
Trata-se, portanto, de condição que resulta em múltiplas deficiências e, portanto, na total dependência da pessoa por ela acometida, que deverá estar sob cuidado de familiares e/ou responsáveis vinte e quatro horas por dia.
 Quais são suas causas?
Segundo a Organização Mundial da Saúde, 10 % da população humana são portadores de deficiências. Uma parte importante deste número deve-se a acidentes que ocorrem na infância, na adolescência e na vida adulta.
Algumas vezes, por causa de imprudências durante a gestação, como consumo de álcool e drogas... Outras vezes, por causa de um mau atendimento à gestante e ao parto... Poucas vezes por causa da herança familiar e casamentos consangüíneos... Mas, na maioria absoluta dos casos, por simples capricho da natureza... por mero caso... uma família pode receber em seu seio uma criança, desde o nascimento, portadora de algum tipo de deficiência: física, mental, sensorial ou múltipla.
 Há preconceito na sociedade?
Sim. Estas crianças, e principalmente suas famílias, precisam ser normalmente acolhidas pela comunidade.
Embora vivamos na era do “belo, perfeito e bem sucedido”, esta é uma ilusão na qual, para nosso próprio bem, devemos nos livrar. A vida, os seus valores e os seus fins estão muito além desta ilusão! A beleza, em geral, é produzida por modismos... A perfeição, todos sabem que não existe... E o sucesso, não há dúvidas, é muito relativo!
Não ser belo, nem perfeito, nem bem sucedido não constitui um motivo suficiente para preconceitos... muito menos para piedade!
A consciência de que todos os seres humanos são em essência diferentes.. e o real amor ao próximo são elementos chave para a constituição de uma comunidade de fato evoluída... aquela  comunidade com a qual todos nós sonhamos: um lugar onde hesita a paz, harmonia, respeito mútuo... em que cada um exerça o seu papel com dignidade.
Pessoas que, por algum motivo, apresentam algum tipo de deficiência, também têm o seu papel é obrigação natural de cada um de nós. O primeiro passo, é acreditar em suas competências... ainda que obscuras aos nossos ignorantes olhos! O segundo, respeitar as limitações! O terceiro, acolhê-las com naturalidade!
Há algum órgão ou sociedade no Brasil da Síndrome de Rett?Sim. Esta situa-se na Rua França Pinto, 1031/33, São Paulo – SP, CEP: 04160-034 e o seu telefone é (11) 5083-0292 – CNPJ: 67.182.618/0001-90. Sua denominação é ABRE-TE e tem 10 anos de fundação. Aceita-se donativos, ajuda em equipamentos de consumo (Ortopedia e Fisioterapia) e médicos, principalmente na área de Neurologia, Psicologia, Fonoaudiologia, Musicoterapia, Odontologia, Nutrição, Pneumologia e estimulação Sensorial.

RENATA MUNIZ

TEXTO RETIRADO DO SITE:

domingo, 4 de setembro de 2011

TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO

 TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE


O transtorno de déficit de atenção apresenta sintomas que estão separados nas áreas de desatenção; hiperatividade; e impulsividade; há alguns exemplos como baixo desempenho escolar, extroversão extrema, comportamentos violentos, incapacidade de completar tarefas, distúrbios nos padrões de sono, esquecimento dentre outros.
É muito importante que a criança apresente os comportamentos não apenas em uma condição social, ela deve se comportar tanto na escola, como em casa, reuniões familiares e outros ambientes que ela convive, tais comportamentos repercute de forma considerável na vida da criança e do adolescente e em muitas áreas, como na adaptação ao ambiente escolar e nas relações interpessoais.
Nas crianças abaixo de cinco anos, fica difícil o diagnóstico visto que seus comportamentos são variáveis e a sua atenção não é tão exigido, normalmente o transtorno pode ser mais notado quando se tem o início das atividades de aprendizagem, leitura, escrita e interpretação.
Quando o diagnóstico é feito, ocorre uma diminuição de culpa em todos os envolvidos, para os pais que acreditam na cura, já que é uma patologia e não dependia da educação oferecida desde a infância; para o indivíduo que apresenta os comportamentos sem intenção, provando ser da própria patologia e para a professora que a partir de então, precisará organizar técnicas de aprendizagem junto à criança que apresenta tal transtorno.
A idéia mais aceita pelos estudiosos é que há fatores genéticos e ambientais que influenciam a doença, por isso, fica claro a necessidade de um acompanhamento desde o início do diagnóstico para a criança poder se organizar e adaptar ao novo modelo de vida.
O tratamento costuma ser multimodal, ou seja, deve haver uma combinação de medicamentos, a família e a escola (professor) devem receber apoio e orientações de como lidar com o indivíduo portador do transtorno, além das técnicas especificas ensinadas à criança, envolvendo tratamento psicológico, fonoaudiológico (quando a dislexia também estiver associada) e psicopedagógico.
A medicalização é um fator que pode ser benéfico ou não, tendo em vista que ele torna a criança menos agitada e mais concentrada, isso facilita no processo de aprendizagem, evitando assim que a criança cresça rotulada como o “terror da sala de aula” ou “bagunceiro da turma”, além disso, ele auxilia para que a criança não tenha um desenvolvimento prejudicado na escola, na vida social e também pode minimizar conseqüências futuras do problema. Por outro lado, os medicamentos com tarja preta causam dependência e traz conseqüências em longo prazo, de certa forma a criança fica dependente do remédio para colocar em ação a atividade cerebral.
Resumindo, quando nos deparamos com um indivíduo com transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, necessitamos levar em consideração todo conjunto envolvente, não basta apenas oferecer o remédio e acreditar que o problema está resolvido, pelo contrario, mesmo com o medicamento a criança ou adolescente precisa ter um acompanhamento especial, ser supervisionado e orientado para que em cada dificuldade que a vida lhe oferecer, este possa solucionar ou amenizar o problema sem constrangimento.

Material de apoio

Renata Muniz

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

HIPERSENSIBILIDADE AUDITIVA



 TEXTO DA FONOAUDIOLOGA KEILA A. BARALDI KNOBEL

Alguns indivíduos apresentam uma sensibilidade auditiva excessiva que os tornam intolerantes a certos sons, mesmo em níveis baixos de pressão sonora. Quando em grau severo, a hipersensibilidade a sons pode ter efeitos devastadores na qualidade de vida do indivíduo. Qualquer atividade diária com um mínimo de exposição sonora pode ser afetada ou até impossibilitada pela hipersensibilidade, como por exemplo: trabalho, vida social (restaurantes, concertos, cinema), compras, eventos esportivos, dirigir, afazeres domésticos, cuidar de crianças, ir a igreja e outros.

Infelizmente, a hipersensibilidade a sons é pouco conhecida e até desvalorizada por grande parte dos médicos e fonoaudiólogos e, neste caso, o maior prejudicado é o paciente. Não existem dados sobre a prevalência de hipersensibilidade a sons na população geral e ainda são poucas as pesquisas sobre sua ocorrência  em associação com o zumbido ou a perda auditiva.
O estudo separado de cada tipo de hipersensibilidade a sons permitirá uma melhor compreensão do paciente e a adoção de tratamentos específicos. 

Tipos de Hipersensibilidade a Sons

Hiperacusia
É a tolerância reduzida a sons, mesmo em intensidade moderada. Neste caso o indivíduo apresenta uma reação intensa e anormal das vias auditivas a sons comuns do meio ambiente, como o som de abrir e fechar uma janela, o som de uma torneira aberta, do funcionamento do computador, do tilintar do garfo no prato, por exemplo, devido a uma alteração no processamento auditivo central. Os limiares de audição não diferem dos limiares de indivíduos normais e, ao contrário do que sugere o nome, indivíduos com hiperacusia não ouvem mais que outras pessoas com audição normal. 

Misofonia
É a resposta emocional ou condicionada associada a aversão ou desprazer à exposição a alguns tipos de som. Ocorre uma reação desproporcional do sistema límbico e do sistema nervoso autônomo sem que tenha ocorrido uma ativação intensa anormal do sistema auditivo, em decorrência de um aumento na conexão entre os sistemas auditivo e límbico. É interessante observar que nestes casos o indivíduo pode relatar total aversão à música da boate que fica ao lado de sua casa mas gostar de ouvir música em casa, por exemplo.  

Fonofobia
É o medo da exposição sonora. 

Tratamento
Apesar de ainda pouco conhecidas, as hipersensibilidades a sons podem ser tratadas com o mesmo método que promove a habituação do zumbido, a TRT - Tinnitus Retraining Therapy, ou Terapia de Habituação do Zumbido. 

Renata Muniz


Texto retirado do site: http://www.fonoesaude.org/hipersens.htm




sexta-feira, 22 de julho de 2011

SANTA CATARINA PASSA A OFERECER IMPLANTE COCLEAR PELO SUS


Escrito por Leandro Galvão, da ASCOM/MS   

Dom, 08 de Maio de 2011 10:00

O Hospital Universitário de Florianópolis, em Santa Catarina, já pode realizar o implante coclear – também conhecido como “ouvido biônico” – pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Esta tecnologia auxilia pessoas surdas a recuperarem a audição a partir da implantação de uma prótese. O Ministério da Saúde autorizou o repasse anual no valor de R$ 1,1 milhão para o custeio do novo serviço no hospital. A medida consta do Diário Oficial da União.
O implante coclear é um equipamento computadorizado colocado dentro da cóclea, na parte interna do ouvido. Ele capta os sons e os transforma em sinal elétrico, que é interpretado no cérebro como estímulo sonoro. Além do dispositivo, o aparelho é composto por um processador de fala que fica fora do ouvido. É como se fosse um microfone captando o som do ambiente. Ele deve ser utilizado por pacientes que obtêm pouco ou nenhum benefício com o Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI).
O Ministério da Saúde repassará R$ 45,8 mil para o atendimento de cada paciente. Além do custeio da cirurgia, o valor inclui o preparo do paciente (com testes de próteses auditivas e avaliação de um fonoaudiólogo) e a reabilitação. Esse processo é essencial porque o paciente precisa aprender a utilizar o equipamento no dia a dia.

Avanço
A cirurgia de implante coclear começou a ser feita pelo SUS em 2000. Atualmente, com a autorização para o Hospital Universitário de Florianópolis, já são 22 unidades de saúde em todo o país com capacidade para realizar o procedimento. Elas estão distribuídas no Distrito Federal e nos estados da Bahia, Ceará, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e, agora, Santa Catarina. No total, o SUS já realizou 2.993 cirurgias de 2000 até fevereiro deste ano.

TEXTO RETIRADO DO SITE:
http://idmed.uol.com.br/noticias/santa-catarina-passa-a-oferecer-implante-coclear-pelo-sus.html


RENATA MUNIZ








quinta-feira, 7 de julho de 2011

A IMPORTÂNCIA DA AMAMENTAÇÃO

A IMPORTÂNCIA DA AMAMENTAÇÃO
O ato de amamentar provoca uma estimulação em toda a região oral desde o nascimento,  isso proporciona o bom desenvolvimento e equilíbrio da musculatura oral que tem participação na fala, sucção, mastigação e deglutição, além é claro de favorecer  a respiração nasal.
Para esclarecer algumas duvidas, eu realizei uma entrevista com a Dra. Daniele Ditomaso, cirurgiã dentista que gerencia uma clinica multidisciplinar chamada LIFE CLIN na cidade de São Carlos-SP, que oferece os serviços de Odontologia, Fonoaudiologia, Psicologia, Fisioterapia e Acupuntura.

-Rê: Nós sabemos que o leite materno traz benefícios. Explique um pouco para nós sobre a importância dele no desenvolvimento bucal.
-Dani: O leite materno, além dos valores nutricionais, também tem grande importância no desenvolvimento da face e na prevenção da Síndrome do Respirador bucal.
A criança aprende a inspirar deglutir e expirar, mantendo os lábios vedados, e a língua posicionada corretamente. A mãe deve deixar a criança em posição ortostática (em pé) ou semi ortostática, para não deixar o ar passar pela boca durante a amamentação. Este, por sua vez, irá passar pelas vias aéreas, estimulando o crescimento do terço médio da face.

-Rê: Se a mãe não produzir leite e a criança tiver que usar a mamadeira, o que pode ser feito para diminuir esses efeitos?

-Dani:
O bico da mamadeira normalmente é muito grande. O ideal, é comprar uma mamadeira sem orifício, e fazer um com uma pequena agulha, soltando em média de 20 a 30 gotas por minutos.Como no peito a criança tem que fazer esforço para mamar, o furo no bico da mamadeira tem que ser bem pequeno, para que o movimento de SUCÇÃO seja o mesmo. O bebê tem que demorar para mamar. Esse esforço é importante porque trabalha a musculatura de todo o rosto, promovendo crescimento da face.
 Assim, a criança conseguirá fazer o movimento sem sufocar porque senão, ela movimentará também a língua de maneira errada. Hoje, usa-se muito o copo, substituindo o uso da mamadeira.
-Rê: E sobre o uso das chupetas?
-Dani: Nós orientamos a mãe oferecer a chupeta para satisfazer a necessidade de sucção. Para saber se o choro da criança é por esse motivo, a mãe deve encostar a chupeta na boca e perceber se ela faz o movimento. A criança trabalhará a musculatura até cansar e dormir. Nesse momento, a mãe deve retirar a chupeta para existir o vedamento labial. Complementando sua pergunta eu oriento sobre o bico ortodôntico pois ele imita a posição do peito da mãe na boca do bebê, que acaba realizando o movimento correto de sugar (tanto a mamadeira quanto a chupeta) 
 -Rê: Exemplifique alguns efeitos deletérios desses hábitos.
-Dani Como dito anteriormente, a criança pode desenvolver a Síndrome do Respirados Bucal, provocando o afundamento do palato, porque a língua deixa de estar em contato com ele e não o estimula. Já a chupeta por tempo prolongado, pode desenvolver a chamada "mordida aberta" e outras conseqüências como problemas na fala, no desenvolvimento facial, ressecamento da gengiva, narinas estreitas poderão ser observadas.
Para concluir: A fase que a criança está em desenvolvimento é de extrema importância e exige cuidados. Qualquer dúvida, sempre procurar um profissional para orientar a melhor maneira de conduzir. Se por sua vez, a criança já estiver com algum hábito deletério, o ideal é realizar um tratamento multisdiciplinar, envolvendo principalmente a área médica, odontológica e fonoaudiologia.
 Entrevista realizada por Renata Muniz no dia 06 de julho de 2011

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Fonoaudiologia pode ser tratamento de rinite e asma

Pesquisa mostra que sessões de fonoaudiologia melhoram os resultados do tratamento convencional, realizado com a inalação de medicamento antiinflamatório. 

Obstrução nasal, coriza transparente, diminuição do olfato e respiração pela boca. Estes são alguns sintomas da rinite alérgica, que normalmente é desencadeada por fatores como poeira, mofo, ácaro e cigarro.
A alergia atinge entre 10 e 25% da população mundial e é considerada um “problema global de saúde pública” pela Aria, sigla em inglês para Rinite Alérgica e seu Impacto sobre a Asma, iniciativa internacional que conta com o apoio da Organização Mundial de Saúde.
Tratar a rinite significa conter o crescimento dos casos de asma, doença inflamatória que atinge os pulmões e pode até matar.
“O índice de prevalência de rinite alérgica entre os asmáticos é de 80%”, afirma a fonoaudióloga Sílvia Andrade (foto), autora da dissertação de mestrado Impacto da Terapia Miofuncional Orofacial no controle clínico e funcional da asma e da rinite alérgica em crianças e adolescentes respiradores orais, defendida no Ipsemg, sob a orientação dos professores do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG, Lincoln Freire e Maria Jussara Fernandes Fontes.
Sílvia Andrade percebeu que sessões de fonoaudiologia aliadas à inalação nasal do dipropionato beclometasona (antiinflamatório usado no tratamento de asma e rinite, conhecido como Clenil) melhoram os sintomas de forma significativa, ao educar o paciente a respirar de forma correta.
O tratamento consiste em exercícios respiratórios e musculares destinados a “automatizar” as funções respiratórias. “O objetivo era estimular as crianças a respirarem pelo nariz”, diz a fonoaudióloga. A importância da respiração nasal, segundo Sílvia, é que ela “purifica” o ar antes da chegada aos pulmões, por meio da umidificação, filtração e do aquecimento.
Antes da intervenção, o tratamento era realizado apenas com a administração oral do Clenil, que foi substituída pela inalação nasal. Depois de 16 sessões de terapia fonoaudiólogica, divididas em duas sessões semanais, alguns pacientes puderam até mesmo interromper o uso do medicamento.
 
A PESQUISA
A fonoaudióloga Sílvia Andrade selecionou 24 pacientes com idade entre 6 e 15 anos que apresentavam a coexistência de três patologias: asma, rinite alérgica e respiração oral, entre 169 crianças e adolescentes asmáticos do Ambulatório de Pneumologia Pediátrica do Posto de Atendimento Médico (PAM) do bairro Padre Eustáquio, em Belo Horizonte. Quem tinha algum tipo de “obstrução mecânica”, como hipertrofia das adenóides ou amígdalas, foi excluído.
A pesquisadora conta que o tratamento teve alta adesão, devido ao esforço conjunto dos pediatras pneumologistas e dos profissionais da Fono.
Para a co-orientadora do estudo, a professora Maria Jussara Fontes, o fortalecimento da interdisciplinaridade entre a Medicina e a Fonoaudiologia é fundamental, especialmente quando empregada no controle de uma doença de alta incidência, como a asma.
Maria Jussara também ressaltou a eficiência do tratamento. “É uma terapêutica não medicamentosa com impacto positivo de grande significância com apenas dois meses de duração”, destaca.

Os resultados foram comprovados por exames realizados no Ambulatório de Pneumologia Pediátrica do Hospital das Clínicas, reconhecido pela Sociedade Brasileira de Pediatria como Centro de Referência em Pneumologia Pediátrica no Brasil.
O orientador da pesquisa, professor Lincoln Freire, afirma que pretende dar continuidade ao trabalho, ampliando o número de pacientes observados durante o tratamento fonoaudiológico aliado ao convencional.
Mas ele esclarece que o estudo atual tem “significância estatística”, apesar de o grupo de crianças asmáticas observadas ser pequeno. “Os resultados sinalizam que essa pode ser uma estratégia importante para ser adotada como conduta definitiva”, prevê.

Assessoria de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG
Redação: Alessandra Ribeiro – Jornalista
divulga@medicina.ufmg.br – (31) 3248 9651

Assessoria de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG
jornalismo@medicina.ufmg.br

TEXTO RETIRADO DO SITE:
http://www.medicina.ufmg.br/noticias/?p=520

Renata Muniz

domingo, 26 de junho de 2011

Congresso em Belém discute novas tecnologias para Fonoaudiologia Hospitalar

         Cerca de 300 pessoas de todas as regiões do país, mais de 40 palestrantes e muitas discussões. Este foi o saldo positivo do II Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia Hospitalar que aconteceu em Belém, no Hotel Sagres, no período de 01 a 04 de dezembro, promovido pelo Sindicato dos Fonoaudiólogos do Esatado do Pará em parceria com Centro de Pós-Graduação (CPós) da Escola Superior da Amazônia (Esamaz).
         Durante o congresso foi apresentado a proposta de reabiliatação olfativa em pacientes laringectomizados totais que amplia a atuação do fonoaudiólogo em pacientes de cabeça e pescoço. Além disso, esteve na pauta do congresso o exame de videomanometria da deglutição e as tecnologias avançadas no tratamento do zumbido. “Discutimos ainda a atuação fonoaudiológica nos casos de ronco e apnéia do sono e a aplicação da eletroestimulação, uma nova tecnologia à disposição dos profissionais da fonoaudiologia”, disse o Fonoaudiólogo Fabrício Peixoto, presidente da Comissão Organizadora.
         No campo profissional, o congresso abriu espaço para debater o gerenciamento da carreira profissional e as estratégias de marketing mais adequadas para o fonoaudiólogo, no intuito de mostrar aos profissionais a maneira correta de se comportar no mercado de trabalho. “O congresso, além de discutir as questões cientificas, também se preocupou em dar direcionamento na carreira de cada um dos participantes, que precisam estar antenados acerca do marketing pessoal e profissional”, ressaltou Peixoto, que também preside o Sindicato dos Fonoaudiólogos do Estado do Pará (Sindfono/PA).
         Milton Costa, referência nacional e internacional e um dos palestrantes do evento, destacou a importância do encontro multidisciplinar para o avanço da ciência. “Eu aqui pude ver colegas de várias áreas, com informações das mais importantes que de outro modo nós não teríamos nesta profundidade. Assim eu entendo que o congresso foi um sucesso. Eu trouxe informações e levo também muitas, e acredito que é isso que faz do evento ter sua verdadeira qualidade”, completou o doutor, após ter lamentado não ter participado da primeira edição do evento.
         A paulista Taissa Giannecchini, também palestrante, enalteceu o compromisso da organização do congresso em trazer palestrantes “abertas a expor seus conhecimentos. Fico muito feliz em saber que a Região Norte está produzindo e faz ciência e de forma muito saudável e construtiva conseguiu reunir os alunos e mostrar o que é a fonoaudiologia de ponta”, ressaltou. Já para o cearense Bruno Guimarães, outro palestrante, uma das razões para o sucesso do evento foi “a programação diversificada, bem abrangente e ousada e com pessoas que fazem da fonoaudiologia uma coisa diferente do que estamos acostumados a ver”, concluiu.
         Para Rodrigo Lima, o evento serviu, sobretudo, para a troca de experiências únicas acerca da atuação do fonoaudiólogo. Além disso, o congressista destacou a temática do congresso que contemplou temas recentes e inovadores, com novas perspectivas de atuação profissional apresentadas pelos palestrantes. “Achei incrível a capacidade de o evento integrar os fonoaudiologos dos mais diversos estados do Brasil e perceber a forma profissional com que atua cada um dos fonoaudiólogos do restante do país”, disse o estudante, ansioso pela chegada da terceira edição do congresso.
         Logo após o evento, o especialista em fonoaudiologia hospitalar pela Faculdade Oswaldo Cruz (SP) e integrante da comissão cientifica do congresso, Carlos Henrique Gomes, fez rápida avaliação do evento que, segundo ele, permitiu a integração dos profissionais de diversas localidades do Brasil. “A apresentação dos trabalhos científicos foi de alto nível, o que mostra que nossa região tem potencial e grandes profissionais atuando no mercado de trabalho”, completou.
         A data da terceira edição do congresso também ficou definida: será no período de 21 a 24 de setembro de 2011, em Belém. Todo o evento será organizado por coordenadores de cursos de graduação e pós-graduação da região norte e, durante o congresso, também acontecerá o I Congresso Norte e Nordeste de Fonoaudiologia que ampliará as áreas dos temas debatidos. O estudo do choro dos bebês, a atuação fonoaudiologica em obesos, fonoaudiologia em estética da face e os recursos tecnológicos na avaliação e terapia fonoaudiológica, serão um dos assuntos que serão discutidos no próximo congresso.


Renata Muniz