Assim que a mamãe descobre que está grávida, sua vida muda e
suas preocupações são outras, focando principalmente no seu filho, ficando
atenta nas alterações desde a sua formação intra-uterina até o desenvolvimento
motor, oral, fala e linguagem.
Inicialmente precisamos saber a diferença entre fala e
linguagem, a fala é apenas a expressão verbal da linguagem, envolvendo a
articulação dos sons para a produção de palavras.
A linguagem é muito mais do que falar, ela é mais ampla, é
toda forma de expressão e recepção de informação. Consiste em compreender e ser
compreendido seja pela forma verbal, não verbal e escrita.
Inicialmente, nenhum bebê consegue falar, então, sua
ferramenta inicial para a comunicação se torna o choro, é a partir dele, que a
mamãe distingue a necessidade de seu filho, seja por fome, frio, ou carinho,
além disso, ocorre um entrosamento através da linguagem corporal, do toque, da
voz, do sorriso e dos olhares, estimulando a criança para a comunicação.
Desde pequenos os bebês se interessam por tudo o que é novo,
por isso, é importante o adulto ler livros com ilustrações grandes e coloridas,
mudar a entonação da voz, cantarolar, conversar explicando de maneira simples
todos os acontecimentos, mostrar e nomear objetos grandes, coloridos, mostrar
temperaturas e texturas diferentes, apontar para as partes do corpo e exigir
que repita (apontando e/ou falando).
O desenvolvimento da linguagem pode variar de criança pra
criança, claro, cada um tem seu tempo para amadurecer e desenvolver, mas, a
diferença não pode ser tão grande de uma idade pra outra.
·
0 a 6
semanas: Os sons são primitivos, o choro são diferenciados (fome, frio,
sujo, carinho), assusta-se com facilidade e aquieta-se com o som da voz,
principalmente a voz da mãe.
·
3 meses:
Inicia-se o balbucio, vira-se para a fonte sonora, tem mais atenção aos objetos
e fatos do ambiente.
·
6 meses:
Faz vocalizações generalizadas (dudada), observa sua mão, reage a seu nome,
responde à entonação da voz.
·
9 meses:
Transfere um objeto de uma mão a outra, entende pedidos simples com dicas de
gestos (dê Tchau, Não), tenta imitar sons.
·
12 meses:
Entende muitas palavras familiares e ordem simples com gestos (Vem com o Papai),
vocaliza quando manipula objetos, brinca de esconde- esconde, fala sílabas
repetidamente (papa, mama, dada),
·
18 meses:
Conhece algumas partes do corpo, procura e encontra objetos perdidos (tem que
estar no seu alcance), brincadeira simbólica com miniaturas, reconhece seu nome
(até então apenas reagia, agora ele reconhece), começa a combinar palavras (dá
papa).
·
24 meses
(2 anos): Tem vocabulário de cerca de 150 palavras, combinando de 2 a 3
palavras, escuta bem, discrimina vários sons, reconhece figuras, imita sons com
mais precisão, responde Sim/Não.
·
30 meses
(2 anos e meio): Entende os primeiros verbos, executa tarefa bem simples
(coloque o carro grande na caixa)
·
36 meses
(3 anos): Reconhece cores e suas frases são mais elaboradas.
·
48 meses
(4 anos): compreende de 1.500 a 2.000 palavras, formula frases, faz
perguntas, usa negação, fala de acontecimentos passados, aprende conceitos
abstratos (liso, áspero, mole).
Quanto aos sons ideais para a idade:
·
Aos 4
anos: a criança adquire os sons do p; b; t; d; k; g; f; v; s; z; x; j; L e
LH.
·
Até 5, 6
anos: a criança adquire os sons de R (Rato, Carro), r (pirata, careta), Gr
consonantal r , L (prato, branco, bloco,
clube), arq s, r ( pasta, costas, porta, corte)
Vale lembrar que todas as crianças têm seu tempo ideal para
amadurecer, portanto se a criança ainda não está no cronograma ideal não se
preocupem, algumas dicas podem ajudar: primeiramente aguarde um pouco mais,
muitas vezes a criança demora um pouquinho e isso é normal (caso não melhorar
logo procure um fonoaudiólogo), fale diretamente com a criança, olhando em seus
olhos e explicando qualquer dúvida que possa ter, não fale pela criança, deixe
que ela possa responder em seu tempo e na sua maneira, respeitando sempre o
desejo de falar.
Com relação aos hábitos orais, há uma atenção maior quando a
mamadeira, chupeta, dedo influenciou na arcada dentaria, prejudicando o ponto
articulatório da criança, então, haverá necessidade de outros profissionais
para uso de aparelho e tratamento correto (por exemplo, a criança com mordida
aberta pode não conseguir segurar sua língua dentro da boca, projetando-a para
frente e alterando a pronuncia de determinados sons).
Caso a criança apresente mesmo algum tipo de alteração,
procure um especialista a fim de esclarecer as dúvidas, recebendo orientação
adequada e consciente que, quanto mais cedo corrigir, melhor é o desempenho
principalmente na fase de alfabetização.
Fga. Renata Muniz
CRFa 15565